Distritais temem flexibilização do uso de máscaras e retorno de aulas 100% presenciais

A liberação do uso de máscaras em locais abertos e a retomada das aulas no modelo 100% presencial na rede pública, a partir desta quarta-feira (3), repercutiram no plenário da Câmara Legislativa nesta tarde. Distritais lamentaram as medidas tomadas pelo governador Ibaneis Rocha e alertaram para os riscos envolvidos.

“É verdade que estamos tendo uma redução na taxa de transmissão; ontem, estava em 0,75, mas não temos garantia de que continuará assim”, alertou a deputada Arlete Sampaio (PT), ao lembrar o crescimento de casos de Covid-19 em países como o Reino Unido e, sobretudo, na Rússia. A parlamentar informou ter enviado um documento para a Secretaria de Educação apontando deficiências estruturais para a reabertura total das escolas, em especial as de ensino integral. “Nos preocupa enormemente a transmissão dentro das escolas”, disse.

Para o deputado Professor Reginaldo Veras (PDT), as últimas decisões do chefe de governo são “contraproducentes e vão na contramão do que recomendam infectologistas e cientistas”. Ele destacou que o Distrito Federal ainda não vacinou 70% de sua população e que muitos centros de ensino não têm as condições adequadas para voltar a receber todos os alunos. “Cerca de 1 milhão de pessoas circulam diariamente em razão do funcionamento das escolas. Vale a pena submetê-los a uma situação de insegurança e vulnerabilidade? Estamos a 50 dias do fim do ano letivo, isso nem é pedagogicamente produtivo”, avaliou.

“Sou a favor do retorno presencial, mas desde que tenha um planejamento com a participação da comunidade escolar. Esse retorno foi meio abrupto e existe, sim, riscos”, disse o deputado João Cardoso (Avante). E completou: “Peço que o governo reveja essa decisão. Faltam 50 dias para o encerramento do ano letivo, e já havia um planejamento pedagógico para isso”.

Por sua vez, o deputado Chico Vigilante (PT) criticou a ideia do governador Ibaneis Rocha de, em breve, também flexibilizar o uso de máscaras em locais fechados. “Isso ele não poderá fazer, a não ser que mude a legislação. A Lei nº 6.559/20, de minha autoria, obriga o uso e o fornecimento de máscaras de proteção em estabelecimentos públicos e privados enquanto houver pandemia”, argumentou.

Denise Caputo – Agência CLDF
Foto: Agência CLDF

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